Resenha - QUARTA ASA (de REBECCA YARROS)

Sinopse: No mundo de Quarta Asa, a sobrevivência é um jogo de fogo e asas. Em um reino onde guerreiros treinados montam dragões e lutam em uma guerra implacável, jovens são forçados a ingressar em um rígido programa de treinamento, onde só os mais fortes sobrevivem. Violet Sorrengail nunca desejou seguir esse caminho, mas as circunstâncias a obrigam a enfrentar desafios brutais, alianças perigosas e a ganhar a confiança de criaturas lendárias. Em meio a batalhas épicas e intrigas mortais, ela descobre que não apenas sua vida está em jogo, mas o futuro de todos ao seu redor. Quarta Asa é uma história sobre coragem, sacrifício e a força necessária para enfrentar o impossível. "Quarta Asa", de Rebecca Yarros, é um daqueles livros que deixa um gosto agridoce. De um lado, a premissa é excelente: uma história envolvente em um universo de dragões, guerra e intrigas, com um plot bem estruturado. De outro, a execução deixa bastante a desejar, especialmente na escrita.

A escrita de Rebecca Yarros é, tecnicamente, muito fraca. Parece algo que encontraríamos em histórias adolescentes no Wattpad, com um "molejo" que não combina com um livro publicado. A narrativa carece de um trabalho mais refinado de edição para dar polimento técnico à prosa. Isso incomodou tanto que quase desisti em alguns momentos, mas, para minha surpresa, não consegui largar o livro. Em dois dias, já tinha devorado 70% da história. É o típico caso de "ruim, mas viciante".

As cenas picantes, que poderiam ser um atrativo para muitos, não me cativaram. Achei pouco envolventes e, em certos momentos, até deslocadas. O casal principal é ótimo no início, mas chegou um ponto em que eu preferia que eles não ficassem juntos. O orgulho da Violet, combinado com algumas atitudes irritantes, não ajudou. O Xaden também não brilhou para mim – achei o personagem meio chato e sem o carisma necessário para se destacar. Mesmo assim, alguns momentos da história entre eles têm seus méritos.

Os dragões, por outro lado, são incríveis e carregam a narrativa. Tairn (ou "Tatá", como o apelidei) foi a estrela para mim, com uma personalidade que mistura sabedoria, tédio e sarcasmo, como um homem de 40+ anos que não tem mais paciência para dramas juvenis. Já os nomes gaélicos dos dragões, como Sgaeyl (ou "Gael", para facilitar), foram um teste de paciência – difíceis de pronunciar e, para ser honesta, desnecessariamente complicados. E o Xaden começando com X, mas pronunciado com Z? Quem inventou isso? kkkkkkkk

As mortes no livro também me pareceram gratuitas. Em um universo em guerra, cada vida deveria importar, especialmente como reforço no campo de batalha. Perder personagens por nada soa incoerente, como se fosse um recurso fácil para criar impacto.

O vilão Jack Barlow também não ajudou. Ele é um daqueles antagonistas "mau por ser mau", sem complexidade ou motivações críveis. É o tipo de personagem que a gente esquece assim que vira a página. Talvez a intenção fosse criar um inimigo marcante, mas falhou nesse aspecto.

Ainda assim, a progressão da história é excelente. Mesmo com os problemas, a trama é tão bem estruturada que me vejo curiosa para continuar a série. Quero saber o que acontece com Violet no segundo livro, mas é uma relação complicada – mais pela história do que pelos personagens.

"Quarta Asa" é um livro com grande potencial, mas que tropeça em sua execução. Se Rebecca Yarros investir em uma escrita mais técnica e fluída ao mesmo tempo no futuro, essa série pode se tornar algo realmente incrível, principalmente para o público mais chato, igual eu kkkkkk. Por enquanto, fico com os dragões e a promessa de que a história ainda tem muito a oferecer.

Notas

Escrita: 2 🔥🔥 Historia: 5 🔥🔥🔥🔥🔥

Personagens: 3,5 🔥🔥🔥

Dragões: Dracarys! 🔥🔥🔥🔥🔥